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Ter, 24 de Setembro 2019 - 16:22

Após ação, cartilha volta às escolas

Por: Ana Beatriz Garcia - Portal JCNet - 24.09

 
 
Depois de recolhido pelo governo, material que aborda sexualidade e gênero tornou a ser distribuído com encarte explicativo
 
O material de apoio do 3.º bimestre da rede estadual de Ensino foi devolvido ao alunos do 8.º ano de Bauru e região. O governador do Estado, João Doria (PSDB), havia decidido retirar as cartilhas das salas no último dia 3, porque a apostila, segundo entendimento inicial, continha conteúdo inapropriado relacionado à sexualidade e gênero.
 
Depois de o material ser guardado nas diretorias de ensino, entidades, como o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), entraram com um pedido no Ministério Público solicitando a devolução do material. "Entendemos que era um absurdo os alunos ficarem sem o material de apoio que comprometeria todas as matérias. Além do motivo pelo qual foi retirado, que não vemos da mesma forma que o governador", afirma Suzi da Silva, diretora estadual da Apeoesp.
 
Em coletiva, na tarde do último dia 13, o governador afirmou que o entendimento do governo foi não apelar da decisão e optar pelo diálogo para que as cartilhas fossem recolocadas nas escolas com um encarte explicativo (leia mais ao lado). Doria disse, ainda, que o governo de São Paulo respeita igualdade e diversidade.
 
APOSTILA
 
A apostila explica os conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. Também traz orientações sobre gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
 
O governador justificou por que tomou a decisão pela retirada. "Não concordamos nem aceitamos apologia à ideologia de gênero". O governo do presidente Jair Bolsonaro também tem posição crítica ao que classifica como "ideologia de gênero".
 
Ao falar da identidade de gênero, a apostila reproduz conteúdo publicado pelo Ministério da Saúde, que diz: "A identidade de gênero refere-se a algo que não é dado e, sim, construído por cada indivíduo a partir dos elementos fornecidos por sua cultura".
 
SEM PREJUÍZOS
 
A diretora regional de Educação, Gina Sanches, afirma que o material foi retirado dos alunos na mesma semana que solicitado pelo governador e que, após isso, as aulas continuaram normalmente. "Mesmo sem a apostila, os professores deram seguimento ao currículo escolar com outros materiais de apoio, como livros didáticos, textos e tecnologia", afirma.
 
Após a ação, o material foi devolvido pelos diretores das escolas para os 6,5 mil de alunos de 16 municípios da Regional de Ensino de Bauru. "Todos os diretores fotografaram e documentaram as entregas e, em cada escola, conversaram com alunos e pais".
 
Para a professora e diretora aposentada Maria Helena Catini, de 76 anos, é exatamente com os pais que a escola deve se reunir para conversar sobre o tema. "É preciso que pais e professores tomem atitudes sensatas, em que não se ofenda nenhum dos lados. Até porque todo ser humano deve ser respeitado. Muitos professores e diretores me procuram pedindo ajuda e só posso dizer que as autoridades devem parar de brincar com a educação", frisa.
 
Encarte explicativo
 
Enviado à reportagem pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, o texto do adendo reproduzido no encarte explicativo diz que o artigo publicado nas páginas 29 e 30 da área de Ciências da Natureza foi adaptado de sua fonte original, suprimindo a informação de que se tratava apenas da abordagem sociológica.
 
O adendo ainda explica que há formas diferentes de se investigar um objeto e pesquisadores muitas vezes divergem. "É por meio do aprofundamento do método científico que a humanidade avança e, aos poucos, chega a mais e mais conclusões. Por isso, é fundamental se buscar todas as visões científicas e recorrer a fontes de pesquisa reconhecidas. O mais importante é que haja respeito a todas as pessoas, quaisquer que sejam suas características e opiniões", finaliza o texto.
 
 
 
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