Os problemas para os conveniados do Iamspe começaram em janeiro, quando a Santa Casa rompeu os contratos com convênios médicos. Em maio, um outro hospital foi contratado, mas os serviços foram interrompidos em julho. Desde então, 110 mil servidores públicos estão sem poder fazer exames ou cirurgias pelo plano.
Ana de Barros Silva conta que ela e o marido são dependentes da filha no plano de saúde pelo Iamspe, mas não conseguiram fazer os exames pelo convênio. Desde julho deste ano, o instituto não tem hospital conveniado em Sorocaba e o casal de idosos precisou gastar R$ 3 mil em uma clínica particular para tratar de um nódulo no pescoço do marido.
"O médico tinha pedido urgência nas tomografias porque em 15 dias o tumor cresceu e ficou com três centímetros e o médico disse que tinha que fazer uma biópsia", conta Ana.
Após o diagnóstico de câncer, o casal não teve como pagar os exames e a cirurgia e precisou procurar tratamento a quase 100 quilômetros de distância de casa, no Hospital do Servidor Público em São Paulo. "Fico me sacrificando para ir para São Paulo, sendo que eu moro em uma cidade desse porte e não tem atendimento para mim. Eu acho um absurdo", lamenta o aposentado Nelson Coelho da Silva.
Para cobrar do governo paulista agilidade na contratação de convênios com hospitais, o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo entrou com uma representação no Ministério Público. "Nós contribuímos com 2% compulsoriamente e nesse sentido não temos o respaldo que é um atendimento médico-hospitalar", comenta a conselheira da Apeoesp, Fernanda Garcia.
O Iamspe informou que o credenciamento para hospitais interessados em prestar assistência em Sorocaba continua aberto e que já credenciou uma clínica para atendimento de urgência e emergência.