Sex, 09 de Novembro 2018 - 18:58
Déficit de professores em escolas públicas é rotina em Campinas
Por: A Cidade ON - 09.11 - Redação | ACidadeON Campinas
O governo do prefeito Jonas Donizette (PSB) atrela o déficit ao número de aposentadorias que aumentou este ano
A falta de professores em escolas públicas de Campinas é problema recorrente e afeta a rotina dos estudantes e pais. Apenas na rede municipal estima-se um déficit de ao menos 127 docentes.
O governo do prefeito Jonas Donizette (PSB) atrela o déficit ao número de aposentadorias que aumentou neste ano. Para ter uma ideia, 519 servidores se aposentaram desde janeiro. Desses, 127 eram professores. Muitos anteciparam a aposentadoria com a perspectiva de aprovação da Reforma da Previdência.
Outros fatores também contribuem para que os "buracos" na grade aumentem a cada dia. Segundo levantamento feito pelo Ministério da Educação, o número de professores formados caiu 10% e por motivos que vão de baixos salários, falta de estrutura até o desrespeito.
Já o Estado, não informou o número. O problema ocorre tanto nas escolas municipais quanto nas estaduais. E, para piorar, segundo os alunos, quando há falta de professor não existe um profissional substituto, eles acabam dispensados e perdem a aula.
O assunto também tem feito parte da discussão na Câmara. O vereador professor Alberto (PR) defendeu a ampliação da contratação de profissionais e fez críticas ao sistema e a burocracia.
Segundo ele, a Educação precisa de mudanças e de fortalecimento. "Não está funcionando. Tem que repensar o modelo. Os resultados têm sido sofríveis. A elite pensante tem que ter a humildade de rever os métodos. Está na hora de mudar. O atual modelo está fadado ao fracasso", disse o parlamentar.
A Secretaria Municipal de Educação informou que este ano fará novas contratações e que os professores devem estar nas salas de aula no início do ano letivo. Também está em estudo a elaboração de um novo concurso público. Este ano foram quatro concursos e processos seletivos na área com a contratação de 2 mil profissionais, incluindo professores.
O município é o responsável pela Educação Infantil e divide com o Estado o Ensino Fundamental. Já o Estado responde pelo Ensino Médio. A situação no âmbito estadual não é diferente e a queixa dos alunos sobre a falta de professores é constante na rede.
ROTINA ESTAFANTE
Em todo o Estado, a Apeoesp, sindicato que representa os docentes na rede estadual, estima que há um déficit entre 30 mil e 40 mil profissionais. "Toda semana faltam professores, que acabam usando todos os direitos que têm para descansar da jornada estafante que cumprem", diz Pedro Oliveira, diretor estadual da Apeoesp.
O estudante João Vitor Paiva disse que todos os dias falta algum professor. "Isso prejudica um pouco todos os estudantes. Sempre temos aulas vagas", disse. Já Luiz Felipe Araújo da Graça disse que semanalmente faltam professores. "Não tem substituto. Geralmente saímos mais cedo da escola", afirmou.