Ter, 15 de Outubro 2019 - 16:52
'Diário de Escola': Escola da Zona Norte de SP que mudou nome para Nelson Mandela promove combate ao racismo
Por: Ana Paula Campos - SPTV 1 - 14.10
Escola faz projetos com a temática das relações étnico-raciais e de gênero com as crianças pequenas.
A EMEI Nelson Mandela, no bairro do Limão, Zona Norte de São Paulo, teve até 2016 outro nome. Era a EMEI Guia Lopes, nome de um general que lutou na Guerra do Paraguai. Mas em 2016, pais e professores fizeram um abaixo assinado pedindo a troca do nome. Isso depois que a escola sofreu um ataque duro. Um painel foi pintado no muro para esconder a expressão do que o ser humano pode ter de pior: o preconceito.
A coordenadora pedagógica Marina Basques explica que em 2011 a escola passou a fazer projetos com a temática das relações étnico-raciais e de gênero com as crianças pequenas.
"Nós recebemos uma pichação, um ataque nos muros que dizia "vamos cuidar do futuro das nossas crianças brancas" e "preserve a raça branca" com suásticas ao lado dessa pichação, que são os símbolos nazistas. E aí nós fomos pensar enquanto comunidade escolar em como fazer um ato de repúdio a tudo isso que tinha acontecido."
A maior mudança por aqui foi do muro pra dentro. O debate sobre a igualdade racial ganhou ainda mais força na escola e as crianças passaram a pesquisar sobre o assunto.
O aprendizado tem a ajudinha de uma família de bonecos, os abayomi, que moram em um cantinho da escola.
Misturando realidade e faz de conta, que as crianças vão aprendendo a ver o mundo com outros olhos. A valorizar mulheres negras, brasileiras ilustres e fortes, que este ano se tornaram madrinhas de cada uma das classes, como Lia de Itamaracá, a rainha da ciranda.
"A gente não trabalha que todos somos iguais", diz a professora Ana Cristina Silva Godoy. "A gente trabalha que todos somos diferentes e que a gente tem que respeitar essa diversidade."