Qui, 22 de Novembro 2018 - 16:10
'Escola sem Partido' está na pauta da Câmara de Santa Bárbara
Por: O Liberal - 20.11
Vereador disse que redigiu o projeto há algum tempo, mas que decidiu esperar as eleições para que o texto não fosse taxado de politiqueiro.
Polêmica da vez no debate educacional, o projeto da chamada "Escola sem Partido" chegou a Santa Bárbara d'Oeste pelas mãos do líder do governo municipal da câmara, o vereador Carlos Fontes (PSD). O parlamentar protocolou a proposta, que proíbe profissionais de educação de "se aproveitar da audiência dos alunos para promover concepções ou preferências ideológicas", na última sexta-feira, dia 14.
A professora da rede estadual e integrante da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Zenaide Honório, classificou o texto como uma "mordaça".
Pelo projeto, os profissionais que atuam na rede municipal de ensino não poderão fazer propaganda político-partidária em sala de aula ou incitar seus alunos a participar de manifestações com as mesmas finalidades. Casos de desrespeito à norma, se a proposta for aprovada, devem ser denunciados ao Conselho Municipal de Educação.
Ao LIBERAL, o vereador disse que redigiu o projeto há algum tempo, mas que decidiu esperar as eleições para que o texto não fosse taxado de politiqueiro. "O projeto é defendido pelo presidente eleito (Jair Bolsonaro, do PSL) e pelo governador eleito (João Doria, do PSDB) porque a escola é lugar de aprender a ler e escrever, fazer operações matemáticas e se preparar para uma faculdade", disse.
O parlamentar afirma que, durante a campanha presidencial, professores barbarenses discriminaram alunos em razão de suas visões políticas ou de familiares. "O professor era defensor de um determinado candidato a presidente e se o aluno se manifestasse por outro era intimidado. Isso aconteceu e eu tenho fontes fidedignas", disse o vereador, que não quis informar em quais escolas foram registrados esses casos.
Para a professora Zenaide Honório, a proposta é inconstitucional porque fere o direito de "cátedra". "Eles querem colocar uma mordaça no professor, nada mais do que isso. Todo professor segue um currículo aprovado pela União e ajustado pelos Estados e municípios. Educar o filho, ajudar e ir até as unidades escolares nós não estamos vendo", disse.