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Sex, 24 de Novembro 2017 - 17:44

'Mulheres negras: identidade, lutas e resistência' é tema de roda de conversa em Mogi das Cruzes

Por: Jamile Santana, G1 Mogi das Cruzes e Suzano

Fórum de Mulheres Filhas da Luta realiza roda de conversa no Casarão da Mariquinha, a partir das 20h desta quinta-feira (23). Em Mogi das Cruzes, 33,27% das mulheres se declararam negras ou pardas durante o Censo 2010.
 
 O evento é gratuito e aberto a homens e mulheres começa às 19h30, no Casarão da Mariquinha, na área central de Mogi das Cruzes. Não é necessário fazer inscrição antecipada. 
 
O objetivo é falar sobre cultura, violência e identidade racial. De acordo com dados do Censo Demográfico 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geeografia e Estatística (IBGE), 33,27% das mulheres de Mogi das Cuzes se declararam negras ou pardas.
 
A programação prevê uma roda de conversa, conduzida pelas coordenadoras do Fórum, Mari Mendes e Emilena Fernanda, trabalhadora da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Mogi das Cruzes. A artista plástica Linoca Souza também expõe seu trabalho com a temática "mulher negra".
 
Além da população em geral, movimentos sociais e sindicatos também foram convidados a participar da roda de conversa. A Apeoesp, o coletivo Impacto Feminista e o Fórum Mogiano LGBT também devem participar. 
 
"Achamos que a luta feminista precisa pautar as especificidades da mulher negra. Resgatar nossa história, falar das nossas demandas, reconhecer nossa identidade, que ao longo da história tentam apagar, inviabilizar. É visível o plano dos governos de atacar nossos direitos de conjunto, porém o povo negro, em especial as mulheres estão na linha de frente do ataque. Somos nós as primeiras a perder direitos, a sofrer com o retrocesso, a sucumbir com esses ataques todos. São as mães que sofrem com o encarceramento em massa, com as chacinas, com o desemprego e com a precarização do serviços públicos. Queremos conversar para entender o porquê dessa realidade brutal, como resistir. Que luta estamos travando", disse Mari Mendes, que além de coordenar o fórum feminista, também é uma mulher negra.
 
Representatividade
 
De acordo com o Censo Demográfico 2010 realizado pelo IBGE, dos 387.779 habitantes de Mogi das Cruzes na época, 23.453 (6%), se declararam negros. Deste total, 47% são mulheres. Ainda de acordo com o levantamento, 11.251se declararam negras e 54.947 pardas. Juntas, elas representam 33,27% do total de mulheres da cidade.
 
A coordenadora da Apeoesp em Mogi das Cruzes, Vânia Pereira da Silva, é uma das poucas mulheres negras em função influente na sociedade na cidade. Para emponderar mulheres negras, ela tem feito palestras em escolas públicas estaduais para tratar de reconhecimento racial, racismo e cultura.
 
"Esse tipo de discussão nunca deve acabar, porque nós mulheres negras, normalmente somos oprimidas duas vezes: por sermos mulheres e por sermos mulheres negras. Num contexto social, onde duas mulheres são de periferia; uma loira e outra negra. Quando surge a oportunidade de trabalhar em uma loja em shopping, por exemplo, quem você acha que contratam? A branca, a loira. É um racismo velado e uma cultura que já está enraizada na nossa sociedade. Encontrar uma mulher negra ocupando um cargo importante no poder público ou privado, é procurar agulha num palheiro."
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