Qua, 07 de Outubro 2015 - 17:05
Por: G1 - 06/10
Alunos de pelo menos duas escolas estaduais de São Paulo já foram notificados de que as instituições de ensino nas quais estudam serão fechadas em 2016. O fim das atividades nos colégios está ligado à reestruturação do ensino na rede estadual, prometida pelo governo paulista. A ideia da Secretaria Estadual da Educação é a de que cada unidade escolar passe a oferecer aulas de apenas um dos ciclos da educação a partir do ano que vem.
A Escola Estadual José Edson Martins Gomes, de Osasco, na região metropolitana, é uma delas. Estudantes da instituição contam que funcionários do colégio já comentaram sobre o fechamento e informaram que eles devem buscar outro local para continuar os estudos. A unidade funciona nos três turnos e conta com mais de 1,2 mil alunos dos ensinos fundamental e médio.
A situação é parecida em outras seis escolas do município da Grande São Paulo. A notícia se espalhou rapidamente entre alunos e professores, mas só foi divulgada oficialmente para os diretores das unidades. O aviso aconteceu na semana passada, quando eles foram convocados para uma reunião com representantes da Secretaria de Estadual de Educação e ouviram sobre o plano para reorganizar as escolas da rede pública.
Durante o encontro, um dos diretores participantes tirou uma foto de um dos slides da apresentação. No registro fotográfico é possível ver o nome das outras seis unidades de Osasco que supostamente encerrarão ou modificarão as atividades em 2016: Antônio Paiva de Sampaio; Graciliano Ramos; Leonardo Vilas Boas; Gabriela Maria Elizabeth Wienken; Antônio Carlos da Trindade e Deputado Guilherme da Silveira. O número pode chegar a onze.
As mudanças devem ocorrer em todo o estado. Como apurou a reportagem do SPTV, mais de 400 unidades de ensino podem fechar as portas a partir do ano que vem. A Escola Padre Sabóia de Medeiros, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul da capital paulista, seria mais um exemplo das atingidas pela reestruturação. Se fechar, os 800 alunos da instituição seriam remanejados para a Escola Plínio Negrão, que fica a 3,5 km dali. A distância é maior do que o limite de 1,5 km estipulado pelo governo nos casos de remanejamento.
Governo garante vagas
De acordo com Sandoval Cavalcante, dirigente regional de ensino, "nenhum aluno ficará sem vaga". O representante da Secretaria Estadual de Educação ressaltou também que nenhum espaço escolar será inutilizado.
Segundo ele, em caso de "disponibilização" de unidades, elas serão utilizadas para outros serviços de educação. Ou seja, se forem desativadas, as escolas serão transformadas em creches ou Etecs, por exemplo. Cavalcante explicou ainda que nenhuma decisão já é definitiva quanto ao apontamento de quais colégios serão fechados.
"Nós continuamos com processo aberto. Os diretores de escola devem encaminhar suas discussões junto às comunidades escolares. A diretorias de ensino estão abertas a esse procedimento para que possamos fechar a melhor proposta possível, para que os alunos tenham a vagas garantidas e a reorganização possa acontecer", completou.
Reestruturação
A medida vai reorganizar a distribuição dos alunos em unidades que passarão a atender exclusivamente um dos três ciclos de ensino: o primeiro abrange os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; o segundo, dos alunos do 6º ao 9º ano do fundamental, e o terceiro reúne os três anos do ensino médio.
Atualmente, algumas escolas da rede estadual atendem alunos de mais de um dos ciclos. Para a Secretaria Estadual da Educação, o ideal é que as escolas recebam apenas estudantes de um dos ciclos e, desta forma, estejam mais focadas no aprendizado da faixa etária que atende.
A expectativa do governo é de que até mil escolas sejam atingidas com a mudança. Segundo a assessoria de imprensa da pasta de educação, os alunos que vão precisar ser transferidos serão matriculados em escolas que ficam até no máximo 1,5 quilômetro de suas casas. Eles serão informados sobre o endereço da nova unidade até o mês de novembro.