Movimentos sociais, alunos, pais e professores da rede estadual de Educação organizam protestos nas cidades do ABCD contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Isso porque o tucano resolveu, no que chama de reestruturação do ensino público, fechar vagas noturnas nas escolas estaduais, separar fisicamente as escolas de Ensino Fundamental das escolas de Ensino Médio, o que poderá render turmas superlotadas, como é a preocupação Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Nesta segunda-feira (05/10), em Mauá, cerca de 200 pessoas protestaram em frente a Diretoria Regional de Ensino. Em Ribeirão Pires, também nesta segunda, professores e alunos foram à Câmara para reclamar da falta de dialogo do governo do Estado. Na próxima quarta-feira (07/10), estão previstos atos em Santo André e São Bernardo.
“Estamos preocupados, pois além de fechamento de salas de aula, a medida significa um prejuízo ainda maior com o remanejamento das escolas. Não temos informações oficiais; o governo não dialoga”, explicou o membro da Executiva da Apeoesp de Santo André, Alexandre José Ferraz.
No final do mês passado, a Secretaria Estadual de Educação anunciou que, a partir do ano que vem, será feita uma “reestruturação da rede estadual de ensino”. Foram encaminhadas cartas às escolas sugerindo a transferência de alunos do período noturno para o diurno, o que preocupou estudantes que já trabalham. Além disso, o governador quer que as escolas sejam separadas entre Ensino Fundamental e Ensino Médio, o que poderá afastar as unidades de ensino das residências dos alunos.
“No nosso entendimento, o correto é que se reduza o número de alunos por classe, em benefício da qualidade do ensino. Em 2015 verificamos o fechamento de pelo menos 3390 classes. Temos salas com 60 alunos, o que é inaceitável”, avaliou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel. No ano passado, somente no ABCD foram fechadas mais de 300 salas de aulas, a maioria noturna.
Governo dará explicação no dia 14 de novembroA Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirma que não terá fechamento de salas de aulas e que a proposta é melhorar a educação estadual e que terá limite de 1,5 km de distância para transferência de estudantes.
De acordo com a secretaria, no dia 14 de novembro, em todas as escolas estudais, terá reunião com os pais e alunos para explicar a reestruturação. O horário será estabelecido por cada unidade escolar.