O ato mobilizou o acompanhamento da PM e de agentes da Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública (Semav). O movimento se posicionou contra a proposta de reorganização das escolas estaduais apresentada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Conforme a coordenadora regional do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Ana Kuhn, o grupo com representantes de 12 escolas se deslocou até a Diretoria de Ensino para, além de protestar contra a reorganização escolar, entregar um abaixo-assinado com o objetivo de fazer com que o governo do Estado de São Paulo não feche estabelecimentos de ensino e não aplique a medida anunciada.
“O pedido é para que não ocorra a reorganização e para que continue dessa mesma forma. Os professores e alunos não querem ser reorganizados, porque não fomos consultados e, se realmente fosse o melhor, não estaríamos aqui”, destacou Kuhn.
A medida proposta pelo Estado está sendo apontada como uma forma de “enxugar custos”. “A ideia dessa reorganização é antiga, mas nunca entraram em acordo. O objetivo é um equilíbrio econômico e não melhoria na educação”, apontou o professor Eliseu Marcelino da Silva. “Somos desrespeitados e essa foi uma humilhação final”, acrescentou.
Também professora, Gisele Chinelli de Lacerda ressaltou que a mobilização no local visa mostrar à dirigente da educação que a categoria é contra a reorganização. “Queremos ver se ela leva ao governo que isso é ruim para alunos e professores. Estão fazendo isso para enxugar custos”, disse.
Com um cartaz em mãos, a estudante Caroline da Silva de 15 anos afirmou que é “totalmente contra o que querem impor”. “Estudo desde a quinta série na mesma escola e não quero mudar”, salientou. Caroline estava acompanhada da mãe, a dona de casa Diva Antônia Cavallaro Silva, de 47 anos. “Não quero que minha filha mude de escola”, destacou.
A estudante Catarina Yuki Tayama de 17 anos ressaltou que a atual educação não está boa e que as apostila usadas estão desatualizadas. “O ensino está vago, ventiladores com problemas, salas superlotadas e estão fechando escolas e fazendo presídios”, disse a adolescente.
A também aluna, Beatriz Ferreira de Souza de 17 anos, acrescentou que foi protestar contra a reorganização, mas que outros fatores estavam em pauta. “Muitos alunos saem do ensino médio sem saber o básico, além de faltar estrutura nas escolas. Educação é investimento”, destacou.
Acompanhamento
Durante o início do ato, alguns alunos entraram na secretaria, mas professores e outros estudantes pediram que o grupo fosse para a rua. Rojões também foram soltos durante o ato, que foi considerado pacífico pelos envolvidos e pela Polícia Militar.
No começo do movimento, a avenida havia sido interditada, completamente, apenas no sentido bairro-Centro e uma faixa do sentido oposto, no entanto, segundo a polícia, com a movimentação dos adolescentes, interditaram toda a via.
Viaturas da PM patrulharam pelo entorno e, junto à Semav, organizaram o trânsito nas rotatórias.
Outro lado
A Diretoria Regional de Ensino de Presidente Prudente informou, por meio de nota, que recebeu uma comissão de pais, alunos e professores na manhã desta segunda-feira (5), e esclareceu que "nem todas as unidades de ensino passarão pela reorganização proposta". "As escolas com mais de um ciclo ainda funcionarão, devido às diferenças demográficas e as necessidades por escolas para diversas faixas etárias em algumas regiões".
Ainda conforme o Estado, o estudo que definirá as escolas selecionadas "está em andamento e, por isso, ainda não há como informar quais unidades passarão pelo processo".
"É importante reforçar que no dia 14 de novembro será realizado o 'Dia E', uma megarreunião entre as escolas e comunidade para explicar como se dará a reorganização. Na data, pais e responsáveis poderão tirar dúvidas, entender como serão feitas as transferências e quais escolas receberão alunos", colocou.
"A administração também lamenta a tentativa de depredação da sede da diretoria durante o protesto desta segunda-feira", disse ainda em nota.