Qua, 21 de Dezembro 2016 - 21:29
Por: Cida de Oliveira, da RBA - Rede Brasil Atual - 20.12
De acordo com a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, esta é a primeira parte das 20,9 mil vagas autorizadas pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em outubro. A seleção foi feita com base no desempenho dos candidatos e na classificação final de um concurso realizado em 2013, que teve 119 mil aprovados entre os 322,7 mil inscritos. Nos últimos dois anos, segundo o governo paulista, foram nomeados 38 mil docentes.
A presidenta do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, diz que a convocação é reivindicação do movimento da categoria, que tinha a maioria dos professores contratados em caráter temporário, e que é fruto de pressões da entidade. "Os professores já eram para ter sido chamados, o concurso (realizado em 2013) caduca em 2018", diz.
Com a convocação dos professores, segundo a dirigente, é dado o primeiro passo na formalização desses professores como servidores estaduais. O próximo será brigar por salários. "Para ter salário, é preciso antes estar empregado".
Bebel destaca ainda que o grande número de aprovados demonstra que a formação docente não é tão precária conforme argumento da secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Helena Guimarães Castro, para justificar a contratação de profissionais de "notório saber" – sem formação pedagógica – em substituição aos professores.
De 12 a 15 de janeiro, será realizado o 33º Congresso Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Na pauta, o encaminhamento da categoria para a greve geral. Conclamar a CNTE para a discussão de uma paralisação nacional é uma das deliberações do congresso da Apeoesp, realizado no final de novembro.
"Em uma greve, Florestan Fernandes falou do alto de um caminhão de som: ‘neste momento estou realizado porque vocês, professores, são os operários da educação, a classe operária’. Temos de acabar com esse elitismo do professor. Vamos para a luta contra o engessamento do país pela Emenda Constitucional 95 (antiga PEC 55), e contra outros ataques aos direitos, como à aposentadoria. Temos de enterrar nas ruas essa PEC que já nasceu morta", afirma.