Ter, 05 de Abril 2016 - 15:54
Por: G1 Piracicaba e Região - 04.04
A Escola Estadual Eduir Benedito Scarpari, no bairro Alvorada 1, em Piracicaba (SP), está com falta de materiais e precisou receber doações para se manter em funcionamento. De acordo com a direção, pais e funcionários compraram giz, papel higiênico, sabonete, papel sulfite, e levaram impressora da própria casa para abastecer a instituição e não interromper as aulas. A Secretaria Estadual de Educação contrariou as informações.
A diretora da escola, Leda Maria Lacerda Vinsky, afirmou que, além da falta de materiais, o problema da instituição é o déficit de funcionários. A unidade precisa de pelo menos 13 agentes escolares para os três turnos de aulas, mas atualmente conta com apenas cinco. Pais e voluntários estão indo até a escola para fazer esse trabalho.
“A escola fica aberta das 7h às 23h e eu não tenho agentes para organizar os alunos. A falta de material não é o mais grave, para isso nós funcionários e os pais demos um jeito e vamos continuar dando se precisar, mas eu não tenho pessoas para trabalhar. Cinco pais já acertaram comigo que vão ser voluntários”, disse.
Segundo a direção, a escola recebia R$ 1,7 mil por mês de repasse do governo estadual para a compra de materiais, mas o último pagamento feito pelo estado aconteceu em janeiro. Leda afirmou que a Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba recebeu o valor de R$ 1,5 mil na última semana, mas o dinheiro ainda não chegou para a unidade.
“Nós recebemos a parcela de janeiro, e agora uma outra parcela já está na mão da diretoria de ensino, mas ainda não chegou pra gente. Ou seja, estamos em abril, e não recebemos e nem a segunda parcela direito. A Secretaria de Educação tem que regularizar a situação de todas as escolas de São Paulo”, afirmou a diretora.
A Escola Estadual Eduir Benedito Scarpari abriga os ciclos de ensino fundamental e médio, eatende 1.389 alunos. A unidade funciona nos turnos da manhã, tarde e da noite com 14 salas em cada período.
Protesto
Na tarde desta segunda-feira (4), alunos, pais e professores realizaram um protesto para reivindicar melhores condições para a escola. Eles deixaram a unidade com cartazes, apitos, e fizeram uma passeata pelas avenidas Lutero Luiz, Rio das Pedras, Daniela Perez e Rodolfo Mayer.
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Semuttran) acompanhou o protesto e fez interdições momentâneas durante a passeata. Não houve registros de confusão e congestionamento. Cerca de 250 pessoas participaram do ato.
O que diz o Estado
A Diretoria Regional de Ensino contrariou as reclamações de pais, professores e alunos e afirmou, em nota oficial enviada para a produção da EPTV, que a instituição recebeu R$ 27 mil entre janeiro e abril para a compra de materiais e uma nova compra de itens será providenciada para "todas as escolas da cidade'.
"Ainda assim, uma equipe da diretoria regional de ensino visitará a escola para verificar as denúncias e ainda o motivo pelo qual a escola pode não ter empregado os valores repassados às compras a que se destinam. A administração regional também já está encaminhando pacotes de papel higiênico e de folhas de sulfite à escola", diz o texto da nota.
Sobre a falta de funcionários, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que mais servidores serão encaminhados à escola a partir de abril, quando "terá início o processo de remoção do quadro escolar".