Professores da rede pública estadual de ensino estão em “estado de greve”, anunciou o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, disse ao G1 em entrevista por telefone neste sábado (9) que a categoria vai realizar nova assembleia em 29 de abril.
A possível paralisação de professores e o calendário de greve devem ser anunciados durante próxima assembleia. Até lá, as aulas na rede estadual devem ocorrer normalmente.
Durante o “estado de greve”, os profissionais ligados ao principal sindicato da categoria pretendem visitar escolas para pedir o apoio de pais e alunos.
“As atividades explicarão os protestos da categoria: a questão salarial, os desvios da merenda e a sua qualidade, o fechamento de salas de aula, as condições de trabalho, e o direito à licença para tratamento de saúde, porque o professor é descontado até conseguir a autorização”, disse Maria Izabel.
A presidente da Apeoesp disse ainda que paralisação será decidia apenas na próxima assembleia, porque uma parcela dos professores aguarda o bônus prometido pelo governo, que deve ser pago no próximo dia 15.
“Vamos decidir a paralisação apenas no dia 29, na Avenida Paulista. Se deliberarmos a greve agora, a parcela de professores que aguarda o bônus não adere e a manifestação já começaria dividida”, afirmou.
Entre as reivindicações da Apeoesp está o reajuste salarial relativo à inflação do período desde o último reajuste, em 2014.
Bônus
O secretário da Educação do Estado de São Paulo, José Renato Nalini, afirmou que o bônus por mérito aos professores da rede estadual de ensino será pago ainda na primeira quinzena de abril. O benefício será pago a 223.875 servidores, dos quais 179.162 são professores. O valor será, em média, de R$ 2.008,73, segundo o secretário.
Compromisso dos professores
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado informou que se mantém "aberta ao diálogo" e "confia no compromisso dos professores com seu alunado". O órgão informou que não há fechamentos de sala e que colabora com as investigações do Ministério Público sobre a fraude da merenda. Veja a nota:
"A Secretaria da Educação do Estado se mantém aberta ao diálogo e confia no compromisso dos professores com seu alunado. Cabe esclarecer que a reportagem erra ao reproduzir o discurso do sindicato sobre a estrutura, superlotação de salas e fechamento de classes.
As unidades de ensino continuam recebendo matrículas de alunos que desejam ingressar na rede e realizam o atendimento de toda a demanda. Portanto, não há fechamento de classes, uma vez que as escolas abrem turmas de acordo com a quantidade de estudantes matriculados, obedecendo aos módulos de 30, 35 e 40 alunos para os Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, respectivamente.
Sobre a Operação Alba Branca, a Pasta reafirma que tem total interesse no resultado das investigações do Ministério Público e da Polícia Civil e ratifica que está colaborando com todos os esclarecimentos necessários. Internamente, há um processo administrativo em andamento, que tem sido acompanhado por um representante da Corregedoria Geral da Administração."