Sex, 24 de Junho 2016 - 13:39
Por: G1 - 23.06
Um ano e 7 meses depois do incêndio que destruiu a Escola Estadual Professora Renata Menezes dos Santos, em Parelheiros, Zona Sul da capital, quase 500 alunos continuam tendo aulas de forma improvisada em outras escolas do bairro. Segundo o SPTV, a Secretaria de Educação prometeu reconstruir o prédio, mas o local permanece abandonado.
Júlia de Jesus, de 11 anos, ainda lembra como era a sala de aula onde ela estudava. “Tinha os armários ali atrás, ai as carteiras, algumas cadeiras encostadas na parede e outras ali. E a lousa e ali ficava a mesa da professora”, disse a menina, que entrou pela primeira vez na escola após o incêndio que a destruiu em novembro de 2014.
Maria de Fátima de Jesus, mãe da Júlia, lamentou o estado em que encontrou a escola. “É muito triste, triste mesmo. Precisamos da escola novamente porque ela ajuda muito, mesmo”.
A equipe de reportagem esteve no que sobrou da escola. Três salas de aula não foram destruídas. No chão dá pra encontrar ainda alguns materiais didáticos, mas o resto é só destruição. Pedras, cacos de vidros e sujeira dificultam a entrada de pessoas. As maioria das paredes já não existe mais.
Os alunos que estudavam na escola incendiada tiveram de ser transferidos pra Escola Estadual Professor Joaquim Alvarez Cruz. Ela fica a 2 quilômetros de distância da escola destruída pelo fogo. O novo local está dividido, no entanto, por causa das 950 crianças que já estudavam lá.
“Aqui é bem mais apertado e às vezes no pátio tem goteira”, disse Ana Carolina Reis, de 10 anos.
“Bem apertado para tantas crianças. Duas escolas com aquele monte de criança junto fica muito complicado” falou Jéssica Cristina Oliveira, dona de casa e mãe de aluna.
Os moradores da região dizem que a Secretaria de Educação prometeu construir uma nova escola em janeiro desse ano, mas até agora não saiu do papel.
A aposentada Maria Aparecida Custódia mora em frente ao terreno e já fez até abaixo assinado pra conseguir que a escola seja reconstruída. Ela contou que depois que parte do prédio foi demolida, o local permaneceu do mesmo jeito. “Não apareceu mais ninguém, nada nós tivemos a última reunião ficou aprovado o projeto até agora nada.”
Do lado de fora da escola destruída é possível ver parquinho cheio de mato, quadra abandonada e lixo por toda parte. Foi o que sobrou da escola. “Meu sentimento é de tristeza”, disse Júlia.
“Dá medo por causa das nossas adolescentes, não só meninas como rapazes também, né?, que com 11 horas da noite aqui com o ônibus, que deixa eles aqui na frente e aqui tudo escuro tudo abandonado”, disse Maria Aparecida.
A Diretoria Regional de Ensino informou que não tem superlotação na escola Joaquim Alvarez Cruz e que ela funciona 31% abaixo de sua capacidade. Sobre a reconstrução da escola que pegou fogo, a administração informou que o projeto foi aprovado pelos órgãos competentes e que o processo licitatório será iniciado.