Qui, 16 de Novembro 2017 - 16:25
Professores participam da organização da Missa dos Quilombos
Por: Ana Maria Lopes - APEOESP - 16.11
Os professores vão participar neste Mês da Consciência Negra da tradicional Missa dos Quilombos. É que a subsede da APEOESP na Vila Prudente está na organização da celebração, pelo terceiro ano consecutivo, na favela do bairro. Existem cinco escolas estaduais na região; uma delas ao lado da própria Favela da Vila Prudente, onde moram dezenas de alunos.
A liturgia da Missa dos Quilombos foi musicada por Milton Nascimento, no início da década de 80 a pedido de D. Hélder Câmara, com base nos textos de D. Pedro Casaldáliga, o bispo do Araguaia que completou 90 anos, em 2017.
O ato religioso foi celebrado pela primeira vez no Recife, em frente à Igreja do Carmo, local onde foi exposta a cabeça de Zumbi dos Palmares, assassinado no ataque ao Quilombo que liderava. Depois, houve apenas mais uma apresentação e a celebração foi proibida e, só recentemente, liberada pelo Papa Francisco
A celebração denuncia as consequências da escravidão no Brasil e é um marco revolucionário da Igreja Católica, por introduzir referências culturais de outros povos na cerimônia da eucaristia.
A Missa dos Quilombos da Vila Prudente, celebrada pelo Padre Assis, da República do Cabo Verde, será no domingo que antecede o feriado, dia 19 de novembro. às 18 horas, mas as atividades culturais começam bem mais cedo.
Às 14h00, o Mestre Zé Negão vai iniciar uma oficina de coco de senzala, um ritmo que resgata as memórias e tradições dos africanos escravizados no Brasil. O coco é acompanhado por atabaques, pandeiros, berimbau e outros instrumentos. O Mestre pernambucano de 70 anos, que está em São Paulo para as apresentações do Mês da Consciência Negra. foi reconhecido como Griô de tradição oral pelo Ministério da Cultura.
A subsede da APEOESP e as lideranças comunitárias da Vila Prudente também vão promover oficinas de bonecas abayomi, de turbantes, roda de samba e desfile de moda afro. Depois das atividades, haverá um cortejo pelas vielas da comunidade até a Igreja de São José Operário.
Em protesto contra os ataques às religiões de matrizes africanas, mães e filhas de santo abrirão o cortejo que vai conduzir a comunidade para a Missa, que contará ainda com a participação de cantores de países africanos, que vão entoar a liturgia.
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