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Seg, 20 de Agosto 2018 - 15:20

Agressão a professor por aluna gera protesto em Pederneiras

Por Ana Beatriz Garcia - Portal JC Net - 18.08

 
 
 
Apeoesp promove ato em solidariedade contra violência em frente à escola; mãe da estudante nega a violência.
 
Um professor da Escola Estadual Anchieta, em Pederneiras (26 quilômetros de Bauru) afirma ter sido agredido por uma mãe durante uma reunião de pais na última terça-feira (14). O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizou um ato, na manhã de ontem, em frente à escola contra a violência (leia mais abaixo). Mãe afirma não ter agredido o docente.
 
O professor de Educação Física Vergniaud Sant'Anna Cabral, de 53 anos, comenta que os incidentes com a mãe da adolescente de 13 anos começaram ainda no primeiro semestre deste ano. "Tive que substituir uma aula e, por conta disso, duas turmas ficaram juntas. Nesse dia, essa aluna começou a se estranhar com outras alunas e eu fui apaziguar. Disse para elas pararem e ainda alertei que ela não aguentaria um tapa das meninas. Ela, então, começou a me estapear o braço. Eu segurei o braço dela e pedi que parasse. Tenho 50 alunos como testemunha e 25 anos de carreira sem nenhum incidente", conta.
 
Na época, segundo o professor, a mãe da aluna esteve na escola e não acreditou na versão dos fatos do professor, já que a filha alegou que teria dado apenas um tapa de leve no docente. "Já na reunião última reunião de pais, a mesma aluna ficou com nota 5, por conta da média das atividades. A mãe dela me acusou de estar perseguindo a garota, exaltou-se quando eu disse que a filha estava mentindo sobre ser boa aluna comigo, deu um tapa na mesa e um na minha cabeça", relembra.
 
O professor fez um boletim de ocorrência (BO) na delegacia de Pederneiras, que foi registrado como vias de fato e desacato.
 
OUTRO LADO
 
C.S. (apenas as iniciais serão divulgadas para preservar a identidade da adolescente), de 34 anos, afirma que não agrediu o professor e alega que a aluna foi agredida. "Ele torceu o braço da minha filha. Quando fui na escola para conversar, em abril, ele afirmou que tinha feito isso. Agora, fui na reunião e aproveitei para perguntar por que ele vinha excluindo minha filha das atividades nas aulas dele. Ele disse que ela era uma criança excluída e mentirosa e veio para cima de mim. Uma outra pessoa que estava na sala o segurou e eu ergui meu braço, mas eu não o agredi", explica a mãe da adolescente.
 
Ela ainda destaca que está sendo ameaçada pela repercussão dos fatos. "Nas redes sociais estão ameaçando a mim e a minha filha. Dizendo que eu apanharia na rua e que minha filha merece cintadas", diz.
 
Segundo C.S., a filha não está frequentando as aulas desde o ocorrido e será transferida para outra escola da cidade. Ela também afirma que registrará boletim de ocorrência contra o docente.
 
CONTRA VIOLÊNCIA
 
A Apeoesp esteve em reunião com docentes de diversas cidades da região, em Pederneiras, na manhã dessa sexta-feira (17). "Aproveitamos que estávamos lá e ficamos com cartazes por volta de uma hora em frente à escola onde ocorreu o fato. Nós fomos prestar nossa solidariedade com o professor agredido e manifestar contra a violência nas escolas. Ainda, por conta disso, chegou ao nosso conhecimento de mais uma agressão a uma professora na cidade", afirma o coordenador da Apeoesp Subsede Bauru, Marcos Chagas.
 
Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Jaú lamenta o caso registrado na Escola Estadual Anchieta, em Pederneiras e afirma que a partir da próxima semana, a estudante retomará suas atividades em outra unidade escolar, conforme solicitado pela mãe. "Foi registrado boletim de ocorrência e a supervisão escolar está acompanhando o caso. Vale ressaltar que todas as unidades mantêm parceria com a Ronda Escolar, responsável pela segurança no entorno da unidade. E as Escolas Estaduais realizam atividades restaurativas e de promoção à cultura de paz com a comunidade escolar", diz o texto.
 
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