No vídeo é possível ver que a agressora se aproxima da vítima enquanto ela está sentada e começa a discutir. "Todo mundo tá falando que você falou mal meu [sic]. Ontem uma menina chegou e falou que você não tem medo de bater em mim. Vem bater então. Vem bater então", diz.
A outra menina tenta argumentar, mas logo em seguida a agressora a segura pelos cabelos, e a derruba da cadeira. A vítima recebe socos e tapas no rosto, enquanto afirma várias vezes que não falou mal da colega. Antes de voltar para o lugar, a agressora ainda faz uma ameaça: "Da próxima vez vai ser pior".
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela mãe, os estudantes estavam em horário de intervalo e a vítima estaria fazendo lição quando a agressora começou a discussão. “Ela começou a falar que eu estava falando mal dela, mas eu nem converso com a menina”, diz a vítima em entrevista ao G1.
Quando o professor aparece na gravação, a briga já tinha terminado. “Ele chegou na sala, viu a menina me batendo e disse para ela parar, mas não fez nada. Eu saí correndo para a sala da diretora. Estava muito nervosa então não voltei para a sala de aula”, conta.
Segundo a mãe da vítima, ela não teve ferimentos aparentes. “Quando fiquei sabendo da agressão achei que fosse um tapa, mas quando recebemos o vídeo alguns dias depois pelo celular eu fiquei desesperada e comecei a chorar. A minha filha nem reagiu”, afirmou ao G1.
A mãe da vítima, que trabalha como auxiliar de limpeza, defende a versão da filha, que nega que tenha falado mal da estudante que a agrediu. “Nós morávamos em Sorocaba(SP) e nos mudamos para Piedade em maio. Ela é nova na escola”.
Medo
A auxiliar agora diz que espera uma punição para a agressora. “Fora o constrangimento, a moral da minha filha está baixa, ela não quer ir mais para a escola porque está com medo. Eu prefiro que ela perca o ano do que perca a vida, porque no fim do vídeo ela [a estudante agressora] ainda faz ameaças.”
A mãe esteve na delegacia, onde foi registrado ato infracional. Nos próximos dias o caso será encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude. A menina acusada das agressões não foi encontrada para comentar o vídeo.
Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Votorantim afirmou que “repudia qualquer ato de violência”. Diz também que um supervisor de ensino foi designado para acompanhar o caso e “averiguar a conduta da direção da unidade, assim como os responsáveis e as alunas foram convocados para uma reunião. O Conselho Escolar irá decidir com base no regimento interno da escola a punição para a estudante agressora”.
A nota também informa que a unidade conta com o professor-mediador, profissional presente na rede estadual de ensino capacitado para identificar vulnerabilidades e traçar estratégias preventivas aos conflitos.
Em setembro, um caso semelhante dentro de uma escola na zona norte de Sorocaba (SP) mobilizou a região. A estudante Júlia Apocalipse, de 13 anos, sofreu várias lesões e perdeu dois dentes depois que apanhou de uma jovem de 16 anos na escola estadual Hélio Del Cistia, no Jardim São Guilherme. A adolescente passou por tratamento dentário e atualmente, segundo a Secretaria Estadual de Educação, ela recebe atendimento pedagógico em casa.
Jomar Bellini Do G1 Sorocaba e Jundiaí