Alunos da Escola Estadual Castelo Branco, em Limeira (SP), gravaram com telefone celular e compartilharam na internet e pelo WatsApp (aplicativo de troca de mensagens) o vídeo da agressão da estudante de 15 anos que apanhou dentro da unidade na manhã desta quarta-feira (9). O motivo do ataque, segundo o pai, é que a adolescente é nova no colégio e bonita. O vídeo mostra duas meninas, de 14 e 15 anos, dando socos, tapas e pontapés na aluna, que foi imobilizada e derrubada no chão. Ela também teve o cabelo cortado. Há vários colegas em volta, mas ninguém separa e até incentivam a briga (assista acima).
O jornalista e ex-policial militar José Carlos Roque Junior, de 39 anos, pai da estudante, afirmou à EPTV que a jovem era ameaçada há uma semana e a direção do colégio sabia disso e inclusive tinha os nomes dos possíveis autores. Após ser informado do problema, ele passou a buscar a garota todos os dias, mas não imaginava que ela poderia apanhar nas dependências da unidade. "Infelizmente virou moda [agredir dentro da escola] para colocar o vídeo na internet", disse.
A Diretoria de Ensino de Limeira informou que apura se houve negligência da direção no socorro da estudante e em relação à denúncia do pai. A agressão ocorreu em um corredor no horário de saída para o intervalo. Uma das agressoras, segundo testemunha, já havia brigado no ano passado com outra aluna, mas levou apenas uma suspensão.
As duas meninas que espancaram a estudante de 15 anos foram apreendidas e levadas à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde ficariam à disposição da Vara da Infância e da Juventude de Limeira. De acordo com a delegada Andrea Arnosti, ambas vão responder por lesão corporal dolosa. Uma das agressoras, conforme a delegada, já tem ficha na Justiça pelo mesmo motivo.
A adolescente que apanhou relatou à EPTV que ficou traumatizada, mas que deve voltar a frequentar a escola estadual, que fica no bairro Vila Cláudia. "Surgiram do nada e começaram a me bater. Estou com medo, mas vou voltar à escola", relatou.
Resposta da Educação
Em nota enviada pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação, a Diretoria Regional de Ensino informou que "repudia qualquer ato de violência e atua em conjunto com as famílias para evitar casos como o que envolveu as alunas". Uma apuração preliminar foi aberta para averiguar se houve negligência da unidade no socorro à estudante agredida e em relação à denúncia do pai, de que a direção sabia do conflito.
"Os pais de todas as estudantes envolvidas já foram convocados para uma reunião na escola, o caso será acompanhado também pelo professor-mediador que atua na unidade e o Conselho Tutelar notificado pela diretoria regional. O Conselho de Escola também se reunirá para definir a punição às agressoras, conforme regimento escolar", informou a Educação.