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Qua, 05 de Junho 2019 - 16:44

Alunos que arremessaram livros em professora em escola de SP são ouvidos por promotora e levados para Vara da Infância

SPTV - 04.06

 
Nove alunos envolvidos na confusão estão detidos e o juiz irá definir qual penalidade será aplicada.
 
Os alunos que arremessaram livros em uma professora em uma escola estadual de Carapicuíba, na Grande São Paulo, prestaram depoimento na tarde desta terça-feira (4) na sede do Ministério Público da cidade.
 
Nove alunos são ouvidos por uma promotora. Depois, foram levados para a Vara da Infância, onde um juiz vai definir qual penalidade será aplicada. Até as 19h desta terça-feira (4) as penas ainda não haviam sido definidas. Um décimo estudante, que participou da ocorrência, não foi localizado pela polícia.
 
No dia 30 de maio, os alunos arremessaram livros em uma professora, jogaram carteiras, vandalizaram a sala de aula e gravaram a cena com um celular. Os estudantes foram suspensos e serão transferidos para outras escolas, segundo a Secretaria da Educação.
 
No vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver que a professora da Escola Estadual Maria de Lourdes Teixeira é quase atingida por um livro. Ela tenta controlar os alunos, que seguem bagunçando as carteiras e gritando. Quando ela deixa a sala de aula, o vandalismo se generaliza.
 
Os nove adolescentes envolvidos nos atos de vandalismo chegaram ao Ministério Público de Carapicuíba numa van, escoltados por policiais civis e um delegado, por volta das 11h20.
 
Uma mãe, que preferiu não se identificar, disse ter ficado surpresa que o filho, de 12 anos, estava envolvido nos atos de vandalismo na escola. Ela contou que nunca foi chamada para discutir o comportamento do filho. "Nossos filhos não são marginais. Todo mundo que tá aqui é trabalhador, são mães e pais que saem de manhã pra ir trabalhar, deixam seus filhos na escola", afirmou.
 
"Ninguém aqui tá dizendo que o que aconteceu foi certo. Só que em nenhum momento a gente foi comunicado pra que os pais pudessem, juntamente com o conselho de professores, com Secretaria da Educação, buscar uma solução, essas crianças, desmontar a turma. Porque nós poderíamos ter tomado uma providência pra que não chegasse ao ponto que chegou."
 
A falta de funcionários na escola para auxiliar professores e a diretora a conter os alunos são reclamação generalizada entre os pais.
 
"Vejo muita confusão na porta da escola. Dá polícia, dá tudo, adolescente brigando, criança brigando... E é isso. Diretora sai pra separar. Já teve brigas, até, que ela já apanhou na porta da escola."
 
Em março, os professores já tinham mandado essa carta, com um abaixo-assinado, para a Secretaria da Educação pedindo reforço. No turno da manhã, por exemplo, não tem nenhum inspetor de alunos.
 
A Secretaria Estadual da Educação disse que oito agentes responsáveis pela organização escolar que passaram em um concurso vão começar a trabalhar, em breve, na Escola Estadual Maria de Lourdes Teixeira.
 
A pasta também afirmou os pais não foram chamados antes para irem à escola porque os filhos não tinham histórico de mau comportamento.
 
O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou na manhã desta terça-feira (4) que o governo estadual pretende criar um projeto de lei para endurecer as regras contra alunos que ameaçam e agridem professores, além de responsabilizar alunos e pais pelos danos causados nas escolas.
 
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