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Sex, 20 de Outubro 2017 - 23:21
Dirigente de ensino disse desconhecer denúncia durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de São Carlos
Uma audiência pública realizada na noite de quarta-feira (18) na Câmara Municipal de São Carlos discutiu a violência nas escolas. Durante a sessão, o conselheiro do Sindicato dos Professores e Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Ronaldo Motta, denunciou que os professores são pressionados a não registrar Boletim de Ocorrência (B.O.) em casos de agressões sofridas dentro das escolas estaduais e municipais. A dirigente regional de ensino de São Carlos, Débora Costa Blanco, afirma desconhecer as denúncias.
“O problema da violência é generalizado e muitas vezes não aparece nos atos oficiais, porque não há um programa no estado e no município. Aqui em São Carlos, vários professores vêm reportar a nós problemas de violência no interior das escolas. O procedimento tem sido muito parecido, tanto nas escolas estaduais como nas municipais. Orienta-se o profissional a não fazer o B.O. e pressiona-se a não fazer B.O. para que o nome da escola não apareça”, disse Motta.
Em discurso, o conselheiro embasou seus argumentos em uma pesquisa divulgada no último dia 27 de setembro, realizada pela Apeoesp, sobre a violência nas escolas estaduais do estado de São Paulo. De acordo com os dados do estudo, 51% dos professores afirmam já terem sido agredidos, de forma verbal ou física, dentro da escolas.
Questionada sobre a denúncia feita pela Apeoesp, a dirigente de ensino respondeu: “A diretoria de ensino não dá essa orientação. Na verdade, eu não reconheço essa denúncia, porque o que a gente informa, e orienta às escolas é que ato infracional é para dar os encaminhamentos que merece, os casos de indisciplina não”, respondeu.
Motta citou ainda um caso em que uma professora foi agredida com uma régua na testa pela mãe de um aluno e ameaçada pela diretora a não registrar a agressão sob pena de demissão. O episódio, no entanto, foi negado pela dirigente: “Eu desconheço esse caso. O professor que achar que está sendo assediado deve fazer a denúncia administrativamente ou pode procurar outro encaminhamento. Em caso de ato infracional, os encaminhamentos são dados a outros poderes: a Polícia Militar, o judiciário, entre outros”, orientou.
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