O jovem foi detido dentro da sala de aula e levado à cadeia de Novo Horizonte (SP) e depois para a Fundação Casa, em São José do Rio Preto (SP). O juiz decretou a internação provisória do menor pelo prazo máximo de 45 dias sob lei prevista no Eca, Estatuto da Criança e do Adolescente.
Medida "extrema"
A medida dividiu opiniões na cidade. Para a coordenadora da Apeoesp, sindicato que representa os professores, a decisão só é extrema para quem não vive a realidade das escolas. “Vejo como medida drástica, porém necessária, dada a crescente violência nas escolas, então é uma maneira de se coibir e que impere o respeito aos professores”, afirma a coordenadora Alaíde Nicoleti Pinheiro.
Segundo os professores, além de ofender e ameaçar, o estudante vinha causando problemas graves em sala de aula. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia da cidade e, em um dos casos, o menor chegou a rasgar o livro onde são descritos os casos de indisciplina na escola.
Para a conselheira tutelar Marciany Delmondes, só a internação do menor pode não resolver o problema. “Em algumas situações é necessária a internação, mas e depois? O que é oferecido ao adolescente, para a família, qual é o amparo dado para a família”, diz a conselheira. Os pais do adolescente não quiseram falar sobre a apreensão do filho.
Uma jovem que não quer se identificar estuda na mesma sala que o rapaz. Ela diz que os professores viviam assustados com o comportamento do colega e que todos tinham medo. “Ele é muito agressivo com os professores, até no ponto de ir para a diretoria. Chega lá ele joga tudo para cima, chuta carteira, cadeira. Ele xingava, saía batendo porta, pulava o muro da escola”, diz a aluna.