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Sex, 14 de Fevereiro 2014 - 14:31

Escola estadual em São Simão, SP, volta a ser alvo de vandalismo

Grupo de alunos explodiu duas bombas e atacou prédio, dizem professores. Equipes da Guarda Civil e da PM foram enviadas ao local.

Um grupo de alunos da Escola Estadual Capitão Virgílio Garcia voltou a aterrorizar funcionários e colegas na tarde desta quinta-feira (13), em São Simão (SP). Segundo professores, duas bombas explodiram dentro da instituição no início das atividades, e vidros e telhas foram apedrejados.

Com medo da violência, professores e estudantes deixaram a escola. A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal estão no local.

Por telefone, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação informou ao G1 que solicitou reforço policial para estabelecer a ordem na instituição. A direção da escola apura quais alunos participaram dos atos de vandalismo para tomar as providências baseadas no regimento escolar. Segundo a assessoria, os danos causados pelos estudantes ao prédio da escola serão reparados.

Na tarde de quarta-feira (12), um tumulto generalizado acabou com a apreensão de um adolescente de 15 anos, aluno da 7ª série. Ele tentou agredir colegas com pedaços de madeira após afirmar que o cartão de memória do celular havia sido furtado.

Novo tumulto
Professores afirmaram que, na tarde desta quinta-feira, um grupo de alunos explodiu duas bombas na escola e apedrejaram vidros e telhas do prédio. “De manhã correu tudo bem, mas a escola estava praticamente vazia. Na hora do almoço alguns alunos chegaram e estouraram duas bombas. Muitos pais não deixaram os filhos voltarem à escola nesta quinta, por medo”, conta uma professora, que não quis ser identificada.

Segundo a educadora, desde o início da semana, um grupo vinha fazendo ameaças contra a escola. Ela conta que, em bando, eles circulavam pelo prédio, colocando fogo nas cortinas pelo lado de fora e jogando água nos alunos da 5ª série através das janelas.

No entanto, o ápice da confusão ocorreu na tarde de quarta-feira (12), quando um aluno de 15 anos alegou que o cartão de memória do celular dele havia sido furtado e ameaçou atacar os alunos com dois pedaços de madeira. A PM e a GCM foram chamadas, e o jovem acabou sendo detido após agredir um dos policiais. Ele foi levado à delegacia e liberado para os pais em seguida.

A professora conta que durante a apreensão do garoto, um grupo de colegas dele saiu pelos corredores afirmando que o estudante havia sido agredido pela PM, e colocou fogo nas cortinas das salas e apedrejou as janelas.

A PM negou as afirmações e afirmou que o jovem precisou ser algemado após agredir um policial, que passou por exame de corpo de delito, constatando escoriações nos braços.

Região problemática
A Escola Estadual Capitão Virgílio Garcia está localizada próximo a uma linha férrea que corta São Simão, onde circulam trens de carga diariamente. O local, que fica nos fundos da escola, virou ponto de tráfico de drogas e esconderijo para usuários. A situação deixa alunos e professores inseguros há anos. “Hoje a escola enfrenta muitos problemas com drogas, alguns alunos fazem uso escancarado e apesar da assistência da polícia, nos sentimos ameaçados e inseguros. Se eles se sentissem intimidados, não teria acontecido nada disso”, afirma a professora.

Outra educadora, que também prefere não ser identificada, contou ao G1 que os adolescentes fumam crack próximo à linha férrea e depois pulam o muro e retornam transtornados à escola. O período da tarde, segundo ela, é o mais crítico. “Um grupo de alunos que não frequenta as aulas, vai à escola só para nos aterrorizar. Eles andam em bando, jogando água, estourando bomba e usando drogas”, declara.

Apesar de contarem com a ronda escolar por parte da PM e da GCM, os professores pedem que a vigilância seja intensificada, principalmente após o episódio de quarta-feira. “O sentimento que a gente tem é de que eles [alunos] não têm medo de ninguém. Não temem punição nenhuma. Eu espero que a segurança mude, para todos, alunos e funcionários”, diz.

Ao G1, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação informou que solicitou reforço no policiamento da escola para que as atividades não voltem a ser prejudicadas, e que os alunos envolvidos, assim que identificados, serão punidos de acordo com o regimento escolar.

Do G1 Ribeirão e Franca

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