O pai da jovem, o jornalista e ex-policial militar José Carlos Roque Júnior, disse que levou o laudo pericial feito na tarde de quarta e o boletim médico da madrugada à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para anexar as informações ao inquérito. As duas agressoras, de 14 e 15 anos, estão apreendidas na delegacia seccional de Limeira e devem permanecer no local pelo menos até esta sexta-feira (11).
De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa de Limeira, a garota fez a avaliação pericial à tarde, mas voltou na noite desta quarta ao local com dores. Ela passou a noite em observação médica e foi liberada nesta manhã.
Representação
De acordo com informações fornecidas pela Vara da Infância e Juventude de Limeira, as garotas apreendidas ainda não foram ouvidas porque a representação do Ministério Público Estadual ainda não foi avaliada pela juíza responsável. Enquanto a questão não for tratada pela Justiça, as agressoras permanecem apreendidas na Seccional.
Entenda o caso
A adolescente foi espancada por outras duas jovens nesta quarta dentro da escola onde estuda. Há pelo menos uma semana, ela sofria ameaças das jovens que a agrediram por ser bonita, segundo o pai. A agressão foi registrada em vídeo por estudantes da unidade de ensino, que não separavam a briga e até incentivavam a ação (veja ao lado).
A agressão ocorreu em um corredor no horário de saída para o intervalo. Uma das agressoras, segundo testemunha, já havia brigado no ano passado com outra aluna, mas levou apenas uma suspensão.
De acordo com a delegada Andrea Arnosti, as jovens vão responder por lesão corporal dolosa. Uma das agressoras, conforme a delegada, já tem ficha na Justiça pelo mesmo motivo. A adolescente que apanhou relatou à EPTV que ficou traumatizada, mas que deve voltar à escola estadual, que fica no bairro Vila Cláudia. "Surgiram do nada e começaram a me bater. Estou com medo, mas vou voltar", relatou.
Resposta da Educação
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por meio de nota enviada na quarta pela assessoria de imprensa, disse que a Diretoria Regional de Ensino "repudia qualquer ato de violência e atua em conjunto com as famílias para evitar casos como o que envolveu as alunas". Uma apuração preliminar foi aberta para averiguar se houve negligência da unidade no socorro à estudante agredida e em relação a uma denúncia do pai, de que a direção sabia do conflito.
"Os pais de todas as estudantes envolvidas já foram convocados para uma reunião na escola, o caso será acompanhado também pelo professor-mediador que atua na unidade e o Conselho Tutelar notificado pela diretoria regional. O Conselho de Escola também se reunirá para definir a punição às agressoras, conforme regimento escolar", informou a Educação.