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Qua, 27 de Setembro 2017 - 18:11

Mais da metade dos professores da rede estadual de SP sofreu agressão na escola, diz estudo

Por Bom Dia Brasil, São Paulo

 
Levantamento feito a pedido do sindicato dos docentes indica que 39% dos estudantes da rede sofreram algum tipo de violência; secretaria contesta dados.
 
Um estudo sobre casos de violência na chegada e na saída das escolas mostra que mais da metade dos professores da rede estadual de ensino de São Paulo sofreu agressão na instituição, informou o Bom Dia Brasil desta quarta-feira (27). A pesquisa feita a pedido do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) indica também que 39% dos estudantes da rede sofreram algum tipo de violência.
 
Um total de 2.553 pais, alunos e professores foram ouvidos para a realização do levantamento no começo do mês de setembro. Entre os professores, 51% dizem já ter sofrido algum tipo de violência dentro das escolas. Há 4 anos, esse número era menor - 44% em 2013. Entre os estudantes, 39% dos estudantes também contam que foram vítimas. A Secretaria Estadual da Educação contesta a pesquisa.
 
A presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha, acredita que a soma de série de fatores culmina na violência, começando pelo desrespeito do próprio Estado, que não investe na infraestrutura das instituições e nem valoriza os profissionais.
 
"Começa com a superlotação da sala de aula. Além disso, a questão referente à falta de funcionários nas escolas. A gente não tem nem profissional para limpar o chão da escola, então não adianta falar que vai por câmera se não tiver quem a monitore", afirma a professora Maria Izabel. 
 
Casos
 
Uma professora que prefere não se identificar relata sua experiência nas escolas. “Foram agressões verbais, foram agressões físicas de afrontamento, foi ameaça de aluno de ficar do lado de fora da escola me esperando...", conta ela, que dá aulas na rede estadual de ensino de São Vicente, no litoral de São Paulo.
 
"Ele falou: ‘eu te pego lá fora’. Ao sair, ele pegou uma lata de lixo e arremessou em mim. Não contente com isso, ele voltou e me empurrou, puxou minha cadeira, me empurrou e ía me agredir mais quando a diretora chegou”, continua a professora de português, que já registrou seis boletins de ocorrência e teve o veículo danificado também.
 
A hora de chegar ou sair da aula também é um momento de grande apreensão para pais, alunos e professores. Entre os entrevistados, 73% por dos pais disseram que se sentem inseguros no percurso até o colégio, assim como 69% dos estudantes e 60% dos professores.
 
A auxiliar de limpeza Rosemeire Matarello vai todos os dias buscar o filho de 13 anos na região central de São Paulo. "Tem vários usuários de droga ali na frente, então é complicado, né? As outras mães também preferem vir buscá-los porque não têm condições a violência que está. Sempre assaltam a escola porque os muros são baixos e eles pulam para o lado de dentro", relata Rosemeire.
 
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que a Polícia Militar (PM) faz o policiamento em aproximadamente 2 mil escolas e imediações. 
 
Governo
 
A Secretaria de Educação contesta os números de aumento da violência apresentados pelo sindicato e diz que aconteceu exatamente o oposto.
 
"O que nós temos é a identificação de uma queda consistente nos últimos três anos no número de ocorrências de violência nas escolas, de acordo com o cadastramento feito pela própria Secretaria", afirma Wilson Levy, chefe de gabinete da pasta.
 
Ele disse ainda que o governo está ampliando um programa de incentivo ao diálogo como meio de resolver os problemas entre alunos e professores. "Estamos capacitando o corpo docente para a promoção de ações de mediação dentro das unidades de ensino, de modo que todas as escolas do estado de São Paulo tenham um profissional capacitado para essa finalidade. Nas escolas que aprensentam índices elevado de violência, teremos um reforço de um novo profissional", promete.
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