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Ter, 05 de Novembro 2013 - 13:55
A Polícia Militar de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) iniciou nesta segunda-feira (4) uma blitz no entorno das escolas estaduais com o objetivo de combater o tráfico de drogas, além de furtos e roubos. Uma quantidade pequena de drogas foi apreendida em frente à escola Eugênia Vilhena de Moraes, na Vila Virgínia: 15 gramas de cocaína, 38 trouxas de maconha e 48 cápsulas vazias de cocaína. Toda a droga foi jogada por um rapaz que estava de bicicleta. Ele foi visto por um vizinho da escola, mas não foi encontrado pelos policiais.
De acordo com a capitã Marililzi Scomparin, coordenadora do 51º BPM-I (Batalhão de Polícia Militar do Interior), a operação acontecerá até o final do mês em diferentes bairros, nos horários de entrada e saída das aulas. Vizinhos da Eugênia Vilhena de Moraes afirmaram à Folha que é comum adolescente usar droga a qualquer hora do dia naquela região.
Pais de alunos ouvidos pela reportagem reclamaram da falta de policiamento no local, o que foi negado pela corporação. Os policiais também realizaram a operação na praça das Bandeiras, na região central, perto das escolas Guimarães Júnior e Otoniel Mota.
Levantamento feito pela capitã apontou que, de janeiro até esta segunda-feira, a polícia registrou 29 ocorrências, entre brigas, tráfico e averiguações de suspeitos, no entorno da escola na Vila Virgínia. Já na região central, foram nove ocorrências. A segurança Josiele Casarini, 30, estava sentada em um dos bancos da praça quando foi abordada na blitz. "Concordo que deve haver uma fiscalização, mas eles [os policiais] deveriam abordar os próprios alunos", disse.
Para Mauro Inácio, coordenador regional da Apeoesp, sindicado que representa os professores da rede estadual, o tráfico de drogas na porta das escolas de Ribeirão é um "problema antigo".
PROBLEMA NA PERIFERIA
"O que acontece no entorno da escola acaba influenciando lá dentro, é inevitável". Segundo ele, o maior número de ocorrências relatadas por professores está nas escolas da periferia. "Quando mais periféricas, mais problemáticas", disse.
A operação é uma "prévia" do que será feito a partir do ano que vem, de acordo com a capitã da polícia. "Estamos traçando estratégias de combate aos crimes no entorno das escolas", disse Scomparin.
Ainda segundo ela, embora a blitz priorize as escolas estaduais, os policiais deverão percorrer também o entorno das particulares. "Nessas áreas, as maiores queixas são de furtos, principalmente de carros de alunos e pais de alunos", afirmou.
INSEGURANÇA
"Nunca vejo policiais por aqui. Este é o problema", disse Wanier Xavier, 49, funcionário público e pai de uma aluna da escola Eugênia Vilhena de Moraes. Ele não foi o único a reclamar do problema à Folha. A PM informou, porém, que um veículo faz a ronda diária em oito escolas, número considerado suficiente.
Portal UOL - 05/11