Sex, 25 de Agosto 2017 - 17:54
Professor é agredido por aluno em Leme e cobra segurança: 'Não vou deixar de cumprir meu trabalho'
Por: Kalinka Bacacicci*, G1 São Carlos e Araraquara
Docente afirma que foi ameaçado e atingido com carteira após negar pedido de saída de sala.
Um professor de Leme (SP) foi agredido por um aluno de 16 anos na Escola Estadual Newton Prado. Ele procurou a Polícia Civil na quarta-feira (23) para registrar o boletim de ocorrência, passou por exame de corpo delito e cobra proteção.
Não vou deixar de cumprir meu trabalho. Espero que, no mínimo, eu tenha segurança para realizá-lo", afirmou Rafael Eugenio Murer, que foi afastado por sete dias por conta do ferimento no joelho provocado pela violência.
Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Pirassununga informou que o responsável pelo estudante foi chamado e o Conselho de Escola foi acionado. "O aluno foi suspenso por uma semana e a direção da escola dará todo o suporte necessário ao professor", diz o comunicado.
Agressão
O professor de sociologia de 30 anos contou que negou um pedido do estudante de ir ao banheiro e começou a ser insultado. Ele pediu que o adolescente se retirasse da sala e esse acalmasse, mas o aluno ficou agressivo.
Murer então procurou a direção da escola para retirar o estudante da classe. Quando retornou à sala com um representante da coordenação, o jovem ainda estava exaltado, começou a fazer ameças, prometeu agredi-lo posteriormente e, ao sair, chutou uma carteira que apoiava a porta e acabou atingindo sua perna.
Surpresa
Murer afirmou que o estudante tinha fama de 'briguento' na escola anterior, mas nunca havia tido problemas com ele e os dois possuíam uma boa relação, o que aumentou o espanto com o episódio desta quarta.
“Fico preocupado com os desdobramentos porque, se ele vem para cima de mim em sala de aula e eu tento imobilizar ou reajo, fico de vilão e acabo tendo complicação judicial por se tratar de um menor de idade”, explicou.
A escola aplicou ao aluno a suspensão máxima, mas o professor contou que esperava uma postura mais rígida, uma vez que, no passado, um problema de menor gravidade gerou a expulsão de três alunos da unidade, e afirmou que, como representante da Apeoesp na unidade, tentará medidas para o afastamento do rapaz.
Além disso, Murer ressaltou que não houve a presença da polícia nem outros meios que garantissem sua integridade física em sala após a agressão.
“Me surpreendeu bastante a atitude da direção, que não expulsou o garoto. A resposta que me foi dada é que eles não tinham meios para tirá-lo da escola, mesmo com as afirmações da mãe. Fica um clima bem tenso, fora a questão humilhante frente aos outros alunos. É uma situação bem constrangedora, muito chata", disse.
*Sob a supervisão de Stefhanie Piovezan, do G1 São Carlos e Araraquara