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Qua, 26 de Agosto 2015 - 18:09
Alunas de 12 anos do sétimo ano da escola estadual Clóvis de Arruda Campos, em Araçatuba, passaram cola super aderente na cadeira da professora de matemática da turma. A mestra ficou com a calça colada no assento, sendo que parte do tecido se rasgou quando ela tentou levantar. A cola também causou queimaduras nas nádegas da professora. O caso, que ocorreu na sexta-feira, foi registrado na Polícia Civil na segunda.
A docente, de 41 anos, pediu para não ser identificada, mas contou que ela terminou de explicar um conteúdo quando se dirigiu para a cadeira. Quando sentou, sentiu as nádegas queimarem e tentou se levantar, mas percebeu que estava colada na cadeira. "Na mesma hora, eu disse a eles que iria registrar o caso na polícia", contou.
Ainda segundo a docente, ela suspeitava de um aluno, que foi levado à diretoria e negou a participação na brincadeira. "Mas ele delatou duas colegas de classe", diz a professora. De posse da informação, a professora foi até o plantão policial e registrou o boletim de ocorrência. No local foi solicitado um exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal).
Procurada na manhã de hoje, a Secretaria Estadual da Educação informou que a direção da escola acionou os responsáveis pelas alunas para que eles contribuam nas questões disciplinares das estudantes e evitem que a situação volte a ocorrer.
"As alunas foram suspensas com base no regimento escolar e o professor mediador da escola, profissional capacitado com técnicas de justiça restaurativa e mediação de conflitos, irá reforçar as ações preventivas com as estudantes envolvidas. A professora, que registrou a ocorrência, também é acompanhada pela equipe gestora", afirmou a instituição.
A reportagem tentou contato com as duas alunas apontadas pela professora como autoras da traquinagem, em telefones celulares, mas não conseguiu falar com nenhuma delas.
Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado como ato infracional por lesão corporal e será investigado. Se efetivamente confirmadas como autoras do delito, as duas adolescentes estão sujeitas a punições que variam desde advertência até internação da Fundação Casa, embora essa possibilidade seja remota devido à baixa periculosidade do delito.
Segundo a professora, não é a primeira vez que brincadeiras do tipo ocorrem com ela. "Antes, eles já haviam colocado cola na minha cadeira quatro vezes, mas nenhuma foi com super bonder", disse. "Estou na profissão há 15 anos e a falta de respeito cresce a cada dia. Estou envergonhada".
A docente afirmou ainda que as ações a deixaram desanimada e que ela tem medo de voltar à escola para trabalhar. "Infelizmente, tenho medo. Não sei onde a falta de respeito dos alunos vai chegar. E a gente não pode fazer nada", disse.