Seg, 04 de Setembro 2017 - 16:18
Professores agredidos! Triste realidade!
Por: Leandra Maia / Portal Tudo (Jundiaí)
Inicialmente é preciso reconhecer que a escola não poderá vencer essa luta sozinha, tal referência necessita ser fomentada em casa e na sociedade. A escola não é lugar de violência! O ambiente escolar é destinado a formação do cidadão.
Segundo pesquisa da OCDE, 12,5% dos professores brasileiros disseram sofrer violência verbal ou intimidação de alunos, pelo menos uma vez por semana. O Brasil ocupa a primeira posição no ranking. Em segundo lugar aparece a Estônia com 11%, seguida pela Austrália com 9,7%. A pesquisa foi realizada em 34 países, com a participação de 100 mil professores e diretores dos ensinos fundamental e médio.
Uma pesquisa feita em 2015 pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) apontou que 44% dos docentes que atuavam no estado disseram já ter sofrido algum tipo de agressão. Entre as agressões que 84% dos professores afirmam já ter presenciado, 74% falam em agressão verbal, 60% em bullying, 53% em vandalismo e 52% em agressão física.
Triste realidade, precisamos nos posicionar urgentemente, porém temos o real conhecimento que o aluno que agride o professor sabe que vai ser aprovado, nada impedirá com relação a seu desempenho pedagógico, podendo em extremo caso, até ser transferido de colégio, como transferência compulsória –mas, muitas vezes, é apenas suspenso por sete ou oito dias. Os regimentos escolares não costumam sequer prever esse tipo de crime e quando ele ocorre, nada acontece por não estar pontuado de fora regimental, ou seja, normas e regras estabelecidas no âmbito escolar.
As vítimas por outro lado, em sua grande maioria, desenvolvem Transtorno do Stress Pós-Traumático, necessitando de afastamento e tratamento psicológico para ser readaptado as suas funções novamente. Em alguns casos, o docente é transferido para outra função, no caso de concursados, não encontrando condições emocionais para voltar as suas atividade em sala de aula.
As causas são discutidas por especialistas e estudiosos do comportamento. É coerente alertar que os pais estão outorgando poder demais para os filhos. Não estabelecer limites, quase nunca dizer “não” e fazer todas as vontades de crianças e adolescentes são ingredientes-bomba. A“Síndrome do Imperador” é um comportamento disfuncional em que os filhos estabelecem suas exigências e caprichos sobre a autoridade dos pais, controlando-os psicologicamente e podendo chegar, não raro, a agressões físicas e verbais.
Limites e regras são primordiais na formação do ser humano, para que assim, possamos viver em uma sociedade pacificada e digna.