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Ter, 02 de Julho 2019 - 16:36

Psicólogos contratados para atender vítimas do massacre da escola Raul Brasil chegam nesta segunda a Suzano

Paula Moreira, G1 Mogi das Cruzes e Suzano - 01.07

 
 
Profissionais vão passar por capacitação e devem começar os atendimentos no dia 10 de julho. Contratos foram feito pelo Estado.
 
O grupo de psicólogos que foi contratado para atender às vítimas do massacre da Escola Raul Brasil chega nesta segunda-feira (1º) a Suzano, segundo a Prefeitura e a Secretaria Estadual de Saúde. Os profissionais vão passar por uma semana de capacitação e devem começar a atuar no dia 10 de julho.
 
No total são 47 psicólogos contratados pela Secretaria de Estado da Saúde, por meio de convênio com a Fundação Faculdade de Medicina. Nesta semana, eles passam por uma capacitação para conhecer como funciona o Sistema Único de Saúde (SUS), segundo explica a coordenadora de saúde mental da pasta, Rosangela Elias.
 
"Inicialmente vai ter um acolhimento, vamos falar sobre ações do SUS, sobre a expectiva do trabalho, contexto onde eles vão estar inseridos, a qualidade do atendimento, os instrumentos de avaliação. Discutir um pouco a questão dos trabalhos territoriais, uma ação intersetorial, com os representantes de outras secretarias. A ideia não é qualificá-los academicamente porque eles já estão preparados, passaram por avaliação, mas sim apresentar a metodologia SUS", explicou.
 
De acordo com a administração municipal, parte dos profissionais vai tratar a demanda de saúde mental da cidade nos 22 postos de saúde e nos quatro Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) existentes no município.
 
Cada unidade vai contar com pelo menos um psicólogo e os locais com maior fluxo de pacientes contarão com mais de um profissional. A escala ainda está sendo ajustada.
 
Já a outra parte dos profissionais vai trabalhar diretamente na Escola Estadual Professor Raul Brasil e na Diretoria Regional de Ensino de Suzano.
 
Os novos profissionais terão como missão atender à demanda reprimida por acompanhamento psicológico e realizar ações de promoção de saúde mental nas escolas da cidade, com o objetivo de prevenir o sofrimento psíquico, bullying e cyberbullying, além de fortalecer os vínculos.
 
"A gente vai ter de trabalhar a cultura de paz, contra a violência. São duas frentes, a de tratar o trauma daqueles que se abalaram com o episódio e a da relação dentro das escolas, que é a parte preventiva", explicou a coordenadora.
 
A psicóloga Paloma Refundini é de São Bernardo Campo e esta formada há seis anos. Ela se junta aos profissionais que vão atuar na cidade. "É um desafio constante, que a gente vai poder atuar com a população e estamos à disposição", avalia.
 
Maxwell Gonçalvez Martins atuou como voluntário na época do massacre e agora retoma como contratado para seguir com as terapias aos pacientes. "O importante agora, principalmente com este projeto, é a questão do acolhimento. Não é o psicólogo hoje pensar que vai dar conta da demanda. É acolher e pensar que, juntos, vamos traçar estratégias para conseguir êxitos nesses atendimentos", ressalta.
 
A orientação para quem precisa do atendimento psicológico é procurar a unidade de saúde mais próxima de casa. Não há necessidade de encaminhamento prévio.
 
A contratação é resultado de um processo seletivo promovido pelo governo estadual. Com o convênio entre município e Estado, a contratação é realizada pela Fundação Faculdade de Medicina do Hospital das Clínicas de São Paulo (FFMHC-SP) por tempo indeterminado.
 
O secretário municipal de Saúde, Luis Claudio Guillaumon ressaltou que os profissionais já são especializados e agora passarão por um treinamento de regionalização. "Quais são os nossos maiores problemas. É conseguir integrar e ter uma força de pensamento único para agir de forma mais coerente", disse.
 
Atualmente, a rede municipal de saúde conta com 19 psicólogos. Segundo a Prefeitura, desde dezembro, as quatro unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) realizavam, em média, 440 atendimentos por mês. Após o ataque na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em março, a demanda subiu para 1,4 mil pessoas.
 
Desde abril, a Secretaria de Saúde de Suzano aguardava por novos profissionais. Na época, o secretário municipal de Saúde, Luís Claudio Guillaumon, chegou a declarar que os profissionais da rede municipal estavam exauridos com o aumento do número de atendimentos.
 
Apesar de passados quase quatro meses desde o atentado à escola e a declaração do secretário municipal de saúde, Rosangela Elias afirma que quem estava diretamente ligado ao massacre não ficou sem atendimento.
 
"Agora vai ser um incremento no atendimento. Quando a gente faz um trâmite legal, por mais que a gente corresse com os processos, tem os prazos legais e o processo a ser cumprido, ainda mais quando trata de dinheiro público. A gente sempre respeitou a necessidade do município, o estado buscou atender e agora qualifica tudo isso", ressalta.
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