Para a coordenadora é difícil apontar uma solução a curto prazo para fazer a relação "aluno/professor" ser de mais respeito, como antigamente. Ela aponta que essa é uma tarefa a ser realizada em parceria. “A escola sozinha nunca vai sair dessa situação, se a família não fizer a parte dela, o professor a dele, o gestor a dele e o governo a dele.”
Uma das consequências das dificuldades vividas em sala de aula se reflete no lado psicológico do professor. Entre os problemas mais comuns está a síndrome do pânico. No entanto, o psicólogo Agostinho Caporali informa que outras doenças também são diagnosticadas. “Temos a depressão que é grave e dependendo do nível pode levar a morte. Temos hoje um grande número de professores, procurando ajuda em função do ambiente onde estão inseridos. Dependendo de onde dão aula é como se eles estivessem indo para a guerra.” Caporali salienta que muitos acabam se afastando das salas de aulas.
“As doenças não são desenvolvidas apenas por problemas com alunos, mas também com a comunidade. Tem pais e mães que entram na escola para tirar satisfação com o professor. Os professores se calam em situações de conflito. Porque como discutir com traficantes ou alunos destemperados? Qualquer atitude tomada se reflete contra ele”, completa Caporali.
A Secretaria Estadual da Educação informa que existe um programa para tentar combater a violência, o racismo e outras formas de discriminação. Segundo a secretaria, algumas unidades também contam com professores mediadores, que são capacitados para criar ações nas escolas e nas comunidades para evitar casos assim.