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Observatório da Violência

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Qui, 26 de Setembro 2013 - 14:21

Violência frequente dentro e fora das escolas na região de Araçatuba

Pesquisa recente divulgada pela Apeoesp, o sindicato dos professores no Estado, revela que 43% dos docentes já foram vítimas de algum tipo de agressão por parte de alunos no Noroeste paulista, tanto verbal quanto física e psicológica. O estudo colheu dados nas regiões de Araçatuba, Rio Preto e Presidente Prudente. Pelo menos três entre dez professores responderam também que se sentem inseguros com o ambiente escolar e ao se movimentarem no entorno das escolas.

Entre sete regiões pesquisadas, o Noroeste figura na quarta posição no ranking de violência. A agressão mais praticada, com 39% dos apontamentos, é a verbal. Na sequência, aparecem o assédio moral, com 10%, e o bullying, 6%. O estudo mostra apenas parte do problema, pois não trata de outras questões igualmente estarrecedoras, como a violência entre os próprios alunos e contra o patrimônio público, além do tráfico de drogas nas portas das unidades de ensino.

Representantes regionais da Secretaria de Estado da Educação, no entanto, consideram que o universo de 200 professores ouvidos na pesquisa, entre 5 mil em todo o Estado, não tem essa relevância toda. O Estado garante que as administrações regionais realizam “programas sólidos na promoção da cultura de paz e no combate à violência em todas as escolas estaduais”.

Não é de agora que desqualificar denúncias do tipo tem sido prática da secretaria. Em 2011, o vereador Cláudio Henrique da Silva (PMN) disse na Câmara que escolas chegavam a negociar com gangues para que não invadissem os pátios e as salas em Araçatuba. Logo depois, a reportagem da Folha da Região fotografou tráfico no portão de uma escola. O Estado respondeu que as fotos não foram feitas em frente ao estabelecimento educacional, mas “em ruas próximas”.

Na verdade, as cenas de violência que se repetem nas instituições de ensino sinalizam que possivelmente as ações do Estado estão sendo insuficientes. A Folha noticiou ontem, por exemplo, novos casos de afronta em Araçatuba, em que estudantes promoveram vandalismo em duas escolas. Na “Purcina Elisa Almeida”, do bairro Juçara, colocaram fogo nas cortinas; na “Joubert de Carvalho”, Jardim Paulista, tentaram incendiar o forro de um banheiro.

Certamente, não será pela tática da negação do óbvio que Estado e o País vão garantir a paz pelo menos nos estabelecimentos de ensino. Todos podem contribuir, inclusive os próprios pais, na educação que começa no berço. Mas a liderança deve partir das autoridades públicas, a começar pelo governo federal, a quem cabe investir para implantar projetos estruturais, metodologias e conceitos para resgatar o Brasil da incômoda posição de 88º país no ranking mundial da educação.

Folha da Região - 25.09

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