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Ter, 17 de Outubro 2023 - 17:15

Ataques de violência extrema em escolas no Brasil

Dados para um Debate Democrático na Educação

Por: Ana Maria Lopes

 
Professora da Unicamp, Telma Vinha apresentou no Congresso da Jeduca, associação que reúne jornalistas que cobrem Educação, "Ataques de violência extrema em escolas no Brasil: causas e caminhos", pesquisa derivada de relatório que será lançado agora, em outubro, pelo D³ - Dados para um Debate Democrático na Educação.
 
O Brasil tem assistido a um forte crescimento de ataques de violência extrema em escolas e de ameaças de novos eventos do gênero. O relatório tem como objetivo trazer informações que contribuam para a compreensão desse fenômeno e traçar recomendações para políticas públicas.
 
Define-se como violência extrema, os ataques intencionalmente ocorridos no espaço escolar, caracterizados como crimes de ódio e/ou movidos por vingança (atos infracionais quando autores menores de 18 anos). Caracterizam-se também pelo planejamento e emprego de algum(s) tipo(s) de arma(s) com a intenção de causar morte de uma ou mais pessoas.
 
O relatório analisa o nível socioeconômico das 34 escolas atacadas entre 2001 e 2023; 44,1% delas são estaduais; 38,2% municipais e 17,6% particulares. Também é possível conhecer o perfil dos autores, que tinham idade entre 10 e 24 anos quando atacaram as escolas.
 
 
Características
 
* Jovens, sexo masculino e brancos, em isolamento social.
 
* Gosto pela violência e culto às armas de fogo.
 
* Concepções e valores opressores (racismo, misoginia, ideais nazistas).
 
* Ausência de sentido de vida e perspectiva de futuro.
 
* Indícios de transtornos mentais.
 
* Busca por notoriedade - nos últimos anos, matando o máximo de pessoas (sanctus).
 
* Percepção da escola como lugar de sofrimento.
 
* Usuários da subcultura extremista, consumindo conteúdos de ódio.
 
* Inspiração e admiração por autores de outros ataques.
 
 
O relatório listas algumas recomendações para evitar estes ataques.
 
* Controle rigoroso de armas de fogo e munições.
 
* Maior regulação e responsabilização das plataformas digitais.
 
* Políticas públicas direcionadas às escolas com foco na convivência democrática e cidadã.
 
* Investimentos na expansão e fortalecimento à rede de atendimento psicossocial.
 
* Ampliação dos espaços na comunidade para lazer, socialização, esportes e cultura.
 
* Responsabilização de quem compartilha vídeos dos ataques e informações dos autores.
 
* Adoção de programas que auxiliem jovens na desradicalização e reintegração à sociedade.
 
* Integração dos ataques de violência extrema à legislação de Situações de Emergência.
 
* Construção de protocolos adequados à realidade brasileira para atuar após os ataques.
 
* Criação de um sistema integrado de dados sobre esse tipo de violência.
 
 
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