Qui, 17 de Novembro 2011 - 17:07
Por: Psicóloga Juliana Silva Lopes
Ensino / Aprendizagem na antiga Febem é analisado na Faculdade de Psicologia da USP
A psicóloga Juliana Silva Lopes observou e participou de aulas e eventos em uma das unidades da antiga Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem), atual Fundação Casa, para elaborar sua tese de mestrado sobre o sistema escolar aplicado na instituição.
Em janeiro de 2003 a FEBEM-SP foi vinculada à Secretaria Estadual da Educação. Para entender o funcionamento da escola pública na Fundação, a pesquisadora entrevistou professoras da rede pública que lecionavam no Complexo de Internação.
A dissertação “A Escola na FEBEM-SP: Em Busca do Significado”, defendida no Instituto de Psicologia da USP em 2006, diagnosticou os problemas do processo de ensino/aprendizagem da instituição que, aliás, são muito semelhantes aos do educação pública em geral: falta de autonomia, precariedade de ensino, espaço físico reduzido e com pouquíssimos recursos e currículo escolar distanciado da realidade dos alunos. Só que, por ser uma instituição carcerária, os problemas tornam-se ainda mais graves.
Uma das constatações do trabalho, orientado pela Professora Maria Helena Souza Patto, é que a grande rotatividade, inclusive dos próprios alunos, dificultava a continuidade do processo de aprendizagem. As condições desfavoráveis levavam os professores a optar por aulas com temas pontuais, já que seria virtualmente impossível ensinar matérias que exigem meses de exercício e dedicação, em meio a fugas, ameaças e rebeliões.
A psicóloga acredita que só o heroísmo de alguns professores garantiam o desenvolvimento de atividades pedagógicas e a aplicação do currículo escolar na instituição. Juliana defende a necessidade de uma educação específica para a realidade dos internos.
A íntegra da dissertação de 161 páginas pode ser acessada através do site www.teses.usp.br. Para entrar em contato com a autora, escreva para ju_lopesbr@yahoo.com.br