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Qui, 22 de Agosto 2013 - 14:45

Estudo da FGV revela que menos escolarizados são maioria entre jovens sem emprego e sem escola

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O número de jovens que não estuda e nem trabalha no Brasil tem crescido. Apelidada de nem-nem-nem, esta parcela da população é alvo de preocupação dos analistas de políticas públicas devido à baixa escolaridade e pouca qualificação para o mercado de trabalho.

Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Joana da Costa Martins Monteiro acaba de publicar o estudo "Os Nem-Nem-Nem: Exploração Inicial Sobre um Fenômeno Pouco Estudado", que revela que o Brasil tem hoje 1,5 milhão de jovens com idade entre 19 e 24 anos sem trabalho e fora da escola.

De acordo com o estudo, 23% deles têm menos de cinco anos de escolaridade. "O nome da pesquisa vem daqueles que nem trabalham, nem estudam, nem procuram emprego", explica a pesquisadora.

O levantamento é baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado tem, pelo menos, duas consequências impactantes: a baixa qualificação para o mercado de trabalho tende a aumentar as taxas de desemprego e a dependência destes jovens adultos de benefícios sociais também deve crescer em um futuro próximo.

"Jovens de baixa escolaridade têm chance muito maior de serem inativos quando estão em domicílios cuja renda conta com forte presença de benefícios sociais, como programas de transferência de renda. Mas é impossível dizer se os benefícios são causa ou consequência da inatividade", explica Joana Monteiro.

Sobre a baixa qualificação, a pesquisadora ressalta que há uma limitação no tipo de trabalho que os jovens com déficit de escolaridade podem conseguir. "Entre os 1,5 milhão de jovens fora da escola e sem emprego, 46% podem ser considerados pobres, pois vivem em domicílios que estão entre os mais desfavorecidos na distribuição de renda", calcula a economista da FGV.

A razão destes jovens, que representam 10% dos brasileiros na faixa etária entre 19 e 24 anos, abandonarem a escola e não ingressarem na População Economicamente Ativa pode estar nos problemas da escola pública. Desinteressados na Educação procuram trabalhos menos qualificados, cujo tempo de empregabilidade é curto. Assim, oscilam entre trabalhos precários e inatividade e contribuem para diminuir a produtividade da economia do País.

"Uma das principais preocupações dessa inatividade está no fato desses jovens, pouco capacitados e sem experiência profissional, terem mínimas chances de serem inseridos no mercado de trabalho após os 24 anos e, por isso, tornarem-se dependentes do Estado", conclui Joana Monteiro, que é doutora e mestre e economia pela PUC do Rio de Janeiro, com especialização em desenvolvimento econômico, economia política e economia aplicada.

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