Sex, 18 de Novembro 2011 - 12:34
Por: Lara Elena Ramos Simielli - mestre em Administração Pública e Governo pela FGV
Mestrado de Lara Simielli debate coalizões em educação na Fundação Getúlio Vargas
Um estudo sobre a construção de coalizões no campo das reformas educacionais de cinco países - Argentina, Chile, Coréia do Sul, Espanha e México - despertou o interesse da pesquisadora Lara Elena Ramos Simielli pelo tema. O resultado é o recém-concluído mestrado em Administração Pública e Governo na Fundação Getúlio Vargas, com o tema “Coalizões em educação no Brasil: a pluralização da sociedade civil na luta pela melhoria da educação pública”.
Além de entrevistar sindicalistas, como o Presidente da APEOESP, Carlos Ramiro de Castro, e da CNTE, Roberto Franklin de Leão, a pesquisadora, formada em Administração de Empresas, enfocou as lutas históricas em defesa da educação pública no Brasil na tese de 223 páginas.
Para discutir a formulação de políticas públicas em educação e demandas sociais históricas no setor, Lara mapeou algumas das teorias essenciais sobre os atores responsáveis por estas políticas e também a articulação de setores da sociedade civil em torno da questão, como movimentos sociais e entidades do terceiro setor.
A dissertação analisa detalhadamente iniciativas como o Plano de Desenvolvimento da Educação, a Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, o Compromisso Todos Pela Educação e a Campanha Educação no Centro das Atenções, lançada pela APEOESP em 1993, com o apoio de 14 entidades da sociedade civil.
A luta da APEOESP, da CNTE e outras entidades pelo Fundeb e a visão da educação como direito também não foram esquecidas no trabalho, assim como as greves realizadas na década de 90 em vários estados brasileiros, principalmente nos serviços essenciais, como saúde e educação.
Vale destacar a preocupação da autora em analisar iniciativas de origens, composições e fontes de recursos diferentes, o que enfatiza o caráter histórico da luta pela educação em nosso País.
Lara Simielli conclui: “Não sabemos se a educação, enfim, deixará de ser um grande problema no discurso e passará a, efetivamente, ser resolvida. Resta-nos assim a esperança. E falamos aqui da esperança do verbo esperançar e não esperar, trabalhada por Frei Betto e Mário Sérgio Cortella no livro ‘Sobre a Esperança’. A esperança, por fim, de que este desejo de mudança se torne efetivamente realidade, transformando a educação brasileira em uma educação de qualidade para todos. Uma política verdadeiramente pública da qual todos nós, brasileiros, tenhamos orgulho.”.
A íntegra da dissertação poderá ser acessada brevemente no site da Biblioteca da Fundação Getúlio Vargas. Para entrar em contato com a autora, escreva para lasimielli@yahoo.com.br