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Teses e Dissertação

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Ter, 03 de Março 2015 - 16:24

Proposta curricular das escolas públicas paulistas é analisada em mestrado na USP

Por: Ana Maria Lopes

As percepções docentes sobre a nova Proposta Curricular da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo foram o tema da dissertação de mestrado do professor Leandro Ferreira de Melo, coordenador pedagógico na EE Professora Maria Elisa de Azevedo Cintra, de Suzano.

O mestrado foi apresentado à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP em 2014. O pesquisador analisou as percepções de dezessete professores do magistério público paulista a respeito da construção e implementação da Proposta Curricular da Secretaria da Educação Estadual do Estado de São Paulo – SEE/SP (SÃO PAULO, 2008) e seus impactos e implicações para a prática pedagógica.

"Procuramos identificar também os sentidos que os professores da área de Ciências Humanas, que compõe a mesma Proposta Curricular, dão para a mesma. Nesta parte, nosso foco foi identificar as dificuldades e ações que os professores desenvolviam para promover um ensino crítico desmistificador no Ensino Médio", explica Leandro Ferreira.

O levantamento de dados para o trabalho foi realizado a partir de duas reuniões com participação de professores das quatro áreas que compõem a nova Proposta Curricular. Também foram feitas entrevistas semiestruturadas, com professores da área específica do Currículo de Ciências Humanas.

"Os resultados alcançados demonstram que os discursos apresentam certos dualismos; pois enquanto por um lado, criticaram a metodologia de construção e implementação da nova Proposta Curricular. Em contrapartida, conceberam que era um plano pedagógico importante para o sistema educacional, pois direciona e equaciona o trabalho pedagógico nas escolas públicas paulistas", avalia o pesquisador.

Há professores que acreditam que a proposta curricular é “mais um plano político” que “se perderá ao longo do tempo", enquanto outros a veem como uma política curricular “eficiente” e que foi implementada com o objetivo de organizar o sistema educacional paulista.

Leandro Ferreira explica na apresentação da dissertação de 228 páginas que "houve professores que argumentaram que estava na hora do Estado agir diante das discrepâncias e desorganização curricular, pois cada um fazia o que queria.".

A pesquisa permite identificar ainda três formas de resistências veladas entre os docentes às políticas públicas curriculares da SEE/SP. A primeira crítica seria em decorrência de políticas curriculares anteriores, que não tiveram os resultados positivos esperados, principalmente no processo de ensino-aprendizagem, como a “progressão continuada”.

"Segundo os docentes entrevistados, a progressão continuada tornou-se, na prática, progressão automática”, explica o pesquisador.

A segunda crítica dos docentes refere-se à “má organização curricular”, ou seja, as discrepâncias que há nos objetivos pedagógicos das propostas currilares, principalmente no que diz respeito à “realidade” e “necessidade dos alunos”.

Há ainda professores que veem a nova Proposta Curricular como um instrumento do poder dominante, utilizado para cercear a liberdade docente e limitar a autonomia dos profissionais no que diz respeito ao desenvolvimento dos trabalhos pedagógicos.


SERVIÇO: A íntegra da dissertação "Percepções docentes sobre a nova Proposta Curricular (2008) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo" está publicada na Biblioteca digital da USP: www.teses.usp.br.
Contatos com o pesquisador Leandro Ferreira de Melo, através do e-mail melo.leo@ibest.com.br.

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